Eles achavam que.....

Eles achavam que dizendo desculpa estariam perdoando, que ao dizer eu te amo estariam amando, que esperando um grande amor ele chegaria .Eles achavam que entregando um flor estariam ali o carinho, que as palavras substituiriam ações, que olhando nos olhos estariam olhando o sentimento, que amor é olhar ao mesmo tempo para a mesma direção. Eles achavam que semeariam maça e colheriam banana, que a vida estava somente nos sábados e domingos, que o professor seria a perfeição, que ouvindo os outros estaria se ouvindo. Eles achavam que a perfeição está na beleza, que fazendo arte estariam escapando da realidade, que aquelas palavras não machucariam ninquem, que ter razão significa estar correto, que tolerar era aturar, Eles achavam que decorando o evangelho seriam perfeitos, que educar é impor, que os outros eram os vilões e nós os mocinhos. Eles achavam que sonhar era achar e achar era sonhar e não sabendo se sonhava ou se achava seguiam se achando.
Renan Dias(inspirado em Affonso Romano na crônica Eles achavam que...)

Por uma Educação sem preconceitos...

Comumente convivemos com situações no ambito educacional de discriminações das mais variadas formas como: Racismo, Homofobia, Religiosa dentre outras, podendo envolver tanto o aluno quanto o educador.

Todavia acredito que podemos combater esse obstáculo com duas questões. Primeiramente temos que melhorar a formação do professor mudando a concepção de que todos aprendem e são iguais em uma sala de aula e assim, reconhecer a multiplicidade de culturas passando a valorizar e respeita-las. Devemos também fazer com que o professor extirpe os preconceitos existentes na sua personalidade senão irá se contradizer pois ensinará a não discriminação e nos seus atos discriminará as culturas ali presentes.

Outro fator importante para se combater os preconceitos, enfocando agora no racismo é a educação afro-brasileira. Para que o jovem tendo o conhecimento dos valores africanos se liberte de idéias pré-concebidas.

Portanto, podemos analisar que todos esses meios de ação só se fazem eficazes quando o educador não se omite a situações ou questionamentos que remetam essa problemática e através do exemplo lembrar a todos da importância do respeito mútuo.

LUA - Renan Dias

Como de costume estava sentado no sofá assistindo o noticiário e me deparei com reportagens rotineiras, todavia percebi que não se referia à violência nem a corrupção exaltava a qualidade de vida da cidade nas quais todos viviam em perfeita harmonia, mas com hierarquia, mas sem ganância pelo poder era uma sociedade de bom dia, por favor, de obrigado e assim perplexo com tais revelações queria sair de casa e almejar aquela realidade, então, sai de casa tomei a calçada e logo vi nas expressões das pessoas um sinal de tranqüilidade, serenidade e total controle de si, as ruas estavam limpas aquele sentimento sombrio da cidade desaparecia então pensei: será que morri? Mas mesmo na duvida permaneci aproveitando daquele momento e quando resolvi voltar ao meu lar parado no ponto de ônibus reparo na lua daquela noite e como ela estava mais perto, mais brilhante, mais viva parece que refletia os sentimentos daquela nova sociedade sentimentos de amor, gratidão, carinho e compreensão uma sociedade na qual sempre quis viver e estava tendo a oportunidade, entretanto percebi que a lua não era lua e sim um holofote no alto de um edifício.

CHE GUEVARA – O Homem mais completo do nosso tempo

Aos amigos - Renan Dias

Casas são construidas
Templos vão ao chão
A idade aparece mas a amizade
inquebratevel perante ao tempo
simplesmente fortalece
nas mentes dos acontecimentos passados
vislumbramos o futuro
pensando no presente
que já se faz no mesmo passo
de um ponto a ser exclamado
exclamando a sua atenção
para uma poesia sem sentido
que os poetas diriam não!

Onde foi parar a minha juventude?

Arrependo-me de muita coisa que já fiz. Mas, o que, mas me arrependo foi de não ter assistido a vida com os olhos que tenho hoje. Percebi isto, a partir do momento que acordei hoje, e me vi num lugar totalmente inusitado.

Vi um terno lustroso e bem passado pendurado no armário, mas encontrei uma calcinha e roupas femininas espalhadas pelo quarto, e logo pensei, ´´será que virei veado?´´. Pensei que estava sonhando e tentei voltar a dormir, mas quando fui procurar mais espaço, observei um corpo do meu lado.

--- Quê isso? – levantei assustado

--- O quê foi, meu bem? – aquele corpo me dirigia a palavra com toda a intimidade.

--- O quê está acontecendo? Que lugar é este? Quem é você? – perguntava assustado

Desesperado corri para a primeira porta que encontrei. Era o banheiro, e lavei o rosto para acabar com aquele pesadelo. Ao me deparar com a minha imagem no espelho, descobri que não era mais um jovem, meu rosto não me mostrava isto, e sim um homem velho e cheio de rugas.

Renan Cerqueira Dias e Thiago Monteiro Machado

Sim, eu a vi - Renan Dias

Foi quando eu a vi, vi sim aquela mulher estatelada no chão perto do esgoto seus pés marcados pelo tempo e pelas pedras das ruas, seu cabelo refletia um brilho obscuro, mostrando que ouro já foi colocado naquela cabeça, um vestido rosa, mas com sujeira das ruas já se tornava preto, é eu vi aquela mulher, tomando banho, sim eu a vi, mas ela não tinha xampu, não tinha banheiro, sim eu a vi, tomando banho, mas não tinha água limpa, ela tinha a água do esgoto para se limpar e uma sociedade para se consertar.

A Janela da frente - Renan Dias

Abri a janela, vi e reparei aquela senhora. Usava uma bengala para se locomover, arrastava os pés como se arrasta um saco de areia qualquer. Suas mãos e pernas tremiam por causa de uma simples brisa do entardecer, usava agasalhos por todo corpo como se estivesse em pleno inverno. Seu corpo não respondia da mesma forma, sua pele não era lisa e macia e, sim, assolada pelas rugas e cicatrizes adquiridas com tempo. Toda manhã sua enfermeira trazia seu coquetel de remédios, ela deve receber bem, pois precisava dela quase que para respirar.
Acordei em súbito. Gritos ecoavam pela rua. Logo em seguida o barulho da sirene invadia nossas casas. Pensei em ir lá fora, mas apenas abri a janela. Então vi, aquela senhora levada pela maca da ambulância. Era tarde demais. Os gritos de desespero da enfermeira anunciavam a nota de falecimento. Maria das Dores havia morrido, mas eu não lembrava seu nome, apenas a chamava de ´´senhora´´.
No dia seguinte, fui à janela. Tinha me esquecido de que a senhora não estava mais lá. O que vou fazer sem ela para observar ? Fechei a janela. E quando pensei em sair lá fora para ver o dia, estranhamente minhas pernas tremiam, estava coberta de agasalhos, não imaginava que sentia tanto frio, resolvi deitar. Já deitada pensava naquela senhora que era melhor ter partido. Ela sofria muito. De repente me deu uma vontade de ir ao banheiro, mas engraçado minhas pernas não respondiam pareciam estar adormecidas.
Foi quando eu cai em mim, e vi que no meu quarto tinha uma cama de hospital igual a que senhora usava, no criado-mudo tinha um botão escrito enfermeira, o que ? será ? não isso é uma piada, com um instinto de coragem e medo apertei o botão a espera de que nada ocorresse, mas saindo da sala, usando roupa clara e bem passada, cabelos loiros, pele lisa, olhos azuis como o daquela manhã:
---- Bom dia, minha senhora, já vi que suas pernas adormeceram novamente, espera que trarei o coquetel da manhã.
O que coquetel da manhã ? mas eu nunca bebi de manhã, esse coquetel deve ser bom, mas porque me chamara de senhora ?
----- Aqui está, minha flor ! Seus remédios.
----- O que remédios ? Não minha querida você deve estar enganada. Nunca precisei tomar remédios.
Aquela jovem colocou os remédios sobre o criado enquanto, uma luz forte vinha no meu olho. Era o reflexo da luz que vinha da bandeja. Assustei-me ao me ver refletida naquela bandeja de prata. Meu rosto não era o mesmo. Ao ver meu reflexo lembrei-me daquela senhora e, neste momento, meus olhos já cansados se fecharam.